MPT participa da Semana de Combate ao Trabalho Escravo

O Ministério Público do Trabalho (MPT) no Ceará participou, através do procurador-chefe da Regional, Nicodemos Fabrício Maia, da programação da semana nacional de combate ao trabalho escravo. Em evento realizado na quarta-feira, dia 25 de janeiro, no Sindicato dos Comerciários, ele destacou que a principal dificuldade encontrada no combate ao trabalho escravo diz respeito à legislação que rege o tema.

Na visão do procurador, as penas ainda são muito brandas para os aliciadores de mão-de-obra a ser explorada em condições degradantes ou análogas às de escravo. “Um trabalhador que rouba o empregador tem, em tese, a mesma pena que um empregador que pratica trabalho escravo”, lamentou Ele citou o caso da fazenda Jaburu (PE), expropriada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em benefício da reforma agrária por ter sido encontrada nela uma plantação de maconha.

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Censo 2010 aponta melhora do Ceará no ranking do trabalho entre 10 e 14 anos

Dados do IBGE indicam existirem 58.602 meninos e meninas em situação de trabalho

Entre 2000 e 2010, o Estado do Ceará saltou do 6º para o 16º lugar no ranking nacional do trabalho na faixa etária de 10 a 14 anos. É o que apontam os dados do censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo o procurador do Trabalho Antonio de Oliveira Lima, que comparou os números com os do censo promovido pelo Instituto em 2000.

Os dados do Censo 2000 indicaram a existência, à época, de 81.650 (oitenta e um mil, seiscentos e cinqüenta) crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em situação de trabalho no Estado e de 1.142.437 (um milhão, cento e quarenta e dois mil, quatrocentos e trinta e sete) em todo o País. Já o censo 2010 apontou que havia 58.602 (cinqüenta e oito mil, seiscentos e dois) meninos e meninas de 10 a 14 anos ocupados no Ceará e 1.068.568 (um milhão e sessenta e oito mil, quinhentos e sessenta e oito) no Brasil.

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Regional tem nova procuradora

Juliana Sombra Peixoto Garcia veio de Manaus (AM) para Fortaleza (CE) em remoção provisória

Desde dezembro último, o Ministério Público do Trabalho (MPT) cearense passou a contar com nova procuradora do Trabalho. Juliana Sombra Peixoto Garcia, que tomou posse em Manaus (AM) em outubro de 2010, conseguiu remoção provisória para Fortaleza, cidade onde nasceu. Ela se diz muito feliz por ter a possibilidade de atuar e contribuir para mudar a realidade em sua terra e revela que se surpreendeu positivamente com o poder excepcional que o MPT tem nas mãos, “embora ainda haja muito a crescer em sua luta por afirmação de identidade perante a sociedade”.

A procuradora defende que o MPT não é um arquiinimigo das empresas. “É importante salvaguardar os direitos dos trabalhadores e preservar a saúde das empresas. Acredito que elas podem se sensibilizar e compreender a importância de valorizar seus empregados e de ter o MPT como parceiro de ambos. “Tenho um amor muito grande pela Instituição e espero dar minha parcela de contribuição para que a sociedade evolua nas relações de trabalho. Espero que esse idealismo me mova sempre”, diz.

Durante três anos, ela cursou, concomitantemente, Ciências Sociais, na Uece, e Direito, na Unifor, o que evidencia a afinidade com a área social. Ainda no início do curso na Unifor, foi monitora da disciplina de Direito Processual Civil. Apaixonada pela academia, decidiu lecionar Direito. Quando ainda concluía a graduação, já iniciava especialização em Direito do Trabalho e foi aprovada para o mestrado em Direito Constitucional da UFC. E, através do magistério, sentiu o desejo de ser procuradora do Trabalho para aproximar teoria e prática.

“Senti uma vontade de ajudar a transformar os fatos de forma mais atuante do que apenas em sala de aula”, conta. E justifica a escolha pelo Ministério Público do Trabalho (MPT): “A carreira com a qual sempre tive maior afinidade foi a do Ministério Público, por ser o baluarte da efetivação dos direitos fundamentais consagrados pela Constituição de 1988”. Durante o ano em que permaneceu em Manaus, diante da carência de procuradores regionais na 11ª Região (AM/RR), ela atuou nas atividades de 2º grau.

Nas horas de folga, a procuradora adora cinema, leituras amenas como Filosofia e descanso no sítio da família, em Pacoti (maciço de Baturité).

 

PERFIL DA NOVA PROCURADORA

* Natural de Fortaleza, Juliana Sombra Peixoto Garcia tem 29 anos e é casada.

* Graduada em Direito pela Universidade de Fortaleza, tem especialização em Direito e Processo do Trabalho pela Faculdade Christus e é mestra em Direito Constitucional pela Universidade Federal do Ceará.

* Estagiou na Assessoria Jurídica do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, colaborou com o escritório de advocacia Pontes e Peixoto Advogados Associados (na área trabalhista) e lecionou na Faculdade Christus e na Unifor.

* Em outubro de 2010, tomou posse como procuradora do Trabalho na 11ª Região (AM/RR).

 

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MPT obtém consenso entre Ecofor e sindicato de trabalhadores da coleta de lixo

Após sete horas de audiência de mediação, o Ministério Público do Trabalho (MPT) obteve consenso entre o sindicato de trabalhadores da coleta de lixo de Fortaleza, que ameaçavam entrar em greve, e representantes da Ecofor Ambiental S/A. Segundo o procurador regional do Trabalho Francisco Gérson Marques de Lima, que presidiu a audiência de mediação (iniciada às 14 horas), diversos consensos foram alcançados em torno das reivindicações dos trabalhadores.

Até às 21 horas, foram acordadas questões relativas a férias, horas extras, água potável, alimentação, coleta de lixo domiciliar, descontos em contracheque, horário de almoço e descanso, transporte e canal de diálogo entre empresa e trabalhadores. Ficou acordado que as horas extras levantadas pela empresa relativas ao período de 16 de novembro a 15 de dezembro de 2011 serão pagas até o próximo dia 16. As do período posterior e eventuais diferenças de 13º salário, férias e feriados serão pagas até 31 de janeiro.

A Ecofor se comprometeu a não efetuar descontos decorrentes da paralisação realizada entre sexta-feira (6/1) e ontem (9/1), embora admita que poderá analisar eventuais condutas disciplinares individuais abusivas. Os trabalhadores, conforme o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação (Seeaconce), Josenias Gomes Pereira, se comprometem a voltar ao serviço normal. Ele enfatizou que o conflito coletivo só não estará conciliado se os cerca de 400 trabalhadores, por sua maioria, discordarem das cláusulas acordadas. Ele prometeu realizar assembléia com a categoria ainda hoje à noite e amanhã pela manhã (11/1).

A empresa concordou que os caminhões só sairão das garagens com três trabalhadores, podendo completar este número com o pessoal reserva ou, em último caso, com pessoal da empresa Futurecom. Quando, excepcionalmente, não for possível atender a este requisito, os caminhões poderão sair com dois trabalhadores, mas serão obrigados a cumprir apenas meta máxima de seis toneladas de recolhimento de lixo. Nos microcoletores, haverá um trabalhador que observará o limite máximo de peso 50 kg.

A Ecofor também se comprometeu a respeitar a legislação no que se refere ao horário de almoço e descanso, esteja o trabalhador na empresa ou em campo, e a convenção coletiva vigente dos trabalhadores de manutenção. A empresa permanecerá com o fornecimento de transporte aos trabalhadores, independentemente do vale-transporte, quando poderá haver solução de deslocamento por linha de ônibus regular direto da avenida Rogaciano Leite (novo endereço da Ecofor) até o terminal de Messejana. Caso não seja criada linha de ônibus pelo Município, nos próximos 60 dias (prazo prometido pela Etufor), o assunto voltará a ser discutido entre a empresa e o sindicato.

A Ecofor se comprometeu a fazer a análise de potabilidade da água servida aos trabalhadores, disponibilizar a tabela de controle dos elementos filtrantes e realizar as correções necessárias conforme resultado técnico até 1º de fevereiro. A empresa se comprometeu, ainda, a conceder duas opções de fornecedores de pão a serem testados em todos os dias da semana e a manter controle de qualidade mais rigoroso dos alimentos servidos aos trabalhadores.

Outro compromisso já assumido pela Ecofor é o de apresentar, em 15 dias, ao Seeaconce, o plano de trabalho de recolhimento do lixo de 86 (oitenta e seis) avenidas de Fortaleza aprovado pelo Município. A Ecofor exigirá de suas empresas terceirizadas luvas, sapatênis e faixas refletivas. Ficou certo que não será admitida utilização de caçambas na coleta de lixo domiciliar nas ruas da Capital, exceto nas 86 avenidas do plano de trabalho, que ainda será discutido.

A empresa se comprometeu a manter os setores de recolhimento de lixo urbano em equilíbrio, admitindo a colaboração de trabalhadores entre os setores, respeitando o limite de jornada máxima de até mais duas horas de serviço diárias. A Ecofor orientou, porém, que os trabalhadores só realizem o trabalho de ajuda ou colaboração a outro setor após autorização, mesmo que verbal ou por rádio, de fiscal da empresa.

O MPT sugeriu que a empresa cumpra o artigo 11, da Constituição Federal, referente à representação de trabalhadores no âmbito da Ecofor, mediante escolha de um trabalhador legitimado para mediar os interesses dos demais diretamente com a empresa. A Ecofor ficou de analisar a sugestão. De antemão, a Ecofor se comprometeu a disponibilizar até dois empregados, em estande de atendimento, para tirar dúvidas e prestar esclarecimentos aos trabalhadores sobre questões salariais, contracheques e jornada, nos dois primeiros dias após o pagamento do salário. Também propôs abrir cinco vagas aos trabalhadores indicados pelo Sindicato em curso de qualificação para leitura de contracheques, a ser realizado em janeiro ou fevereiro.

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MPT-CE obtém liminar para que Casa Pio controle jornada e assegure repouso a seus empregados

Juíza Suyane Belchior concedeu liminar em ação proposta por Gérson Marques

BA Casa Pio Calçados Ltda (empresa do Grupo C. Rolim) terá de efetivar adequado controle de jornada e assegurar o repouso semanal remunerado aos seus 2.800 empregados. A determinação partiu da juíza substituta do Trabalho Suyane Belchior Paraíba, respondendo pela 16ª Vara do Trabalho de Fortaleza. Ela reconheceu existentes provas necessárias para antecipar parte dos pedidos feitos pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), através do procurador regional do Trabalho Francisco Gérson Marques de Lima.

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