Impasse continua e transporte alternativo da capital paralisa atividades nesta quarta

Motoristas e cobradores do transporte alternativo de Fortaleza decidiram paralisar as atividades em protesto contra o atraso dos salários nesta quarta-feira (15/04). No dia anterior, o Ministério Público do Trabalho no Ceará (MPT-CE) havia recebido uma comissão de trabalhadores para discutir como assegurar o direito ao pagamento.

A alternativa apresentada pelo MPT-CE é garantir, na Justiça do Trabalho, que o saldo proveniente do passe card seja destinado à renumeração em atraso. "A pedido do Ministério Público do Trabalho, mais de R$ 1,4 milhão foi depositado em juízo pelo Sindiônibus. Vamos entrar com uma petição para liberar os recursos", detalha o procurador regional do trabalho Gérson Marques.

O presidente do Sindicato dos Empregados em Transporte Alternativo da Cidade de Fortaleza (Sintraafor), Valdênio Aguiar, explicou que os trabalhadores vão paralisar as atividades na tentativa de "sensibilizar a juíza da necessidade do pagamento das dívidas trabalhistas. O sistema operava com 1.200 trabalhadores e hoje funciona com apenas 500. Isso significa que 700 trabalhadores foram demitidos e ainda não tiveram seus direitos rescisórios pagos".

Ainda na terça-feira (14/04), o MPT-CE promoveu audiência pública com representantes da Cooperativa dos Transportadores Autônomos de Passageiros do Estado do Ceará (Cootraps), do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), do Sintraafor, da procuradoria do município e Etufor.

Em pauta, estratégias para aperfeiçoar o modelo atual de transporte alternativo, sem prejuízo aos trabalhadores. O procurador regional do trabalho Gérson Marques explica que boa parte dos permissionários quer hoje a volta do modelo anterior, que é prejudicial às relações de trabalho, segundo Marques. "Não é esse o caminho. É preciso assegurar o emprego com carteira assinada, salário pago em dia e respeito às negociações coletivas", defende.

O diretor jurídico da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), George Dantas Paiva, afirmou que Prefeitura e Etufor não têm interesse na volta do sistema antigo e deu prazo até 30 de maio para a Cootraps se adequar sem a perda do contrato. "O acordo com a Cootraps objetiva manter a operação para os passageiros. Os usuários anseiam a regularização das ações para que o contrato com o Sindiônibus passe a ser cumprido, possibilitando a melhoria do sistema por meio de programas como o Plano de Ações Imediatas de Transporte e Trânsito de Fortaleza (PAITT), a implantação de corredores exclusivos para BRTs e BRSs", conclui Paiva.

Tags: #Transporte, #MPT, #MPTCE, #Audiência

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