Ministérios Públicos realizam entrevista coletiva para apresentar relatório da Operação Carcará

O Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público do Estado do Ceará (MPE) realizam, na segunda-feira (9/9), às 14h, uma entrevista coletiva para apresentar o relatório da Operação Carcará, desencadeada no último dia 28 de agosto, em Sobral, que teve o objetivo de cumprir 16 mandados (7 de prisão temporária e 9 de busca e apreensão) referentes a pessoas acusadas de fraude em licitações, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção e falsidade ideológica. Na coletiva, que será realizada na sede do MPT (Av. Padre Antônio Tomás, 2110 – Aldeota), o promotor de justiça Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), Eloílson Landim, e o procurador chefe do MPT, Antonio de Oliveira Lima, responsáveis pela investigação, apresentarão as ações que serão tomadas contra os envolvidos na operação.

Entenda o caso

As cooperativas Cootrace e Coopreserv foram contratadas pela Prefeitura de Sobral desde 2006 para fornecimento de mão-de-obra. De lá pra cá já foram repassados mais de R$ 40 milhões de reais às duas entidades. Após denúncias e uma rigorosa investigação, foi constatada a presença de cooperados fantasmas, bem como o não pagamento dos direitos trabalhistas deles. De 2006 a 2013, o Município vinha sendo condenado pela Justiça Trabalhista a pagar os referidos encargos trabalhistas. Por fim, foi verificado que a mão-de-obra fornecida era de forma indiscriminada, sendo utilizada em quase todos os setores da Prefeitura.

Outro dado que chamou a atenção nas investigações foi a celebração de outro contrato com a Cootrace para fornecer pessoal às vésperas das eleições municipais de 2012, no valor global de quase 20 milhões de reais, mesmo sendo evidente que a Coopreserv foi sucedida de forma fraudulenta pela Cootrace. Parte dos valores era desviada para as contas pessoais de alguns envolvidos e das empresas deles, configurando lavagem de capitais.

Na prestação de contas perante os cooperados, os administradores afirmavam que não havia sobras para repartir com eles. Também está sendo investigada a legalidade de tais contratos perante o Município, razão pela qual eles foram denunciados e também foi pedida a prisão de Maria Juraci Neves Duarte e Jose Anastacio de Lima, ex-secretários municipais responsáveis pelos contratos das cooperativas, cujo deferimento foi negado pela Justiça.

De acordo com os promotores de Justiça que atuam no caso, serão apuradas as responsabilidades dos demais servidores e gestores que operaram os contratos investigados. Na operação, realizada no final de agosto, foram presos: Felipe Cyrino de Alencar, Maria Valdizia Sombra Aguiar, Adrizia Alves Ferreira, Francisco Sergio Freire Alencar e Helio Peixoto Alencar Neto. Antônio Daniel Damasceno e Fabrício Viana Rodrigues entregaram-se espontaneamente. A Justiça decretou ainda a indisponibilidade dos valores e de bens que estejam em nome dos envolvidos.

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