Trans participam de curso para formação de líderes

Objetivo é promover o empoderamento e potencializar o trabalho das lideranças pelos direitos da população LGBTI do DF e Entorno

Brasília – O Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil realizam, por meio da campanha Livres & Iguais, curso para a formação de líderes e o fortalecimento de redes de pessoas transexuais no Distrito Federal e Entorno – 2ª Trans-Formação do DF e Entorno.

O primeiro encontro será nesta sexta-feira (16). Ao todo, são 11 reuniões, com carga equivalente a 70 horas de atividades. Trinta e duas pessoas participam da formação. A seleção ocorreu por meio de inscrições feitas na internet, encerradas no dia 7 de março.

O objetivo é promover o empoderamento pessoal das (os) participantes e potencializar o trabalho delas enquanto lideranças. "O curso é importante para formar lideranças que façam a defesa da população trans, em primeira pessoa, sendo protagonista do diálogo e que possam ter atuação na comunidade. Vai contribuir também para o enfrentamento da invisibilidade trans, pois, não encontramos muitas dessas pessoas no mercado de trabalho formal e em espaço político. Portanto, o curso vai conferir a essa população qualificação para fazer a defesa do seu próprio direito, algo muito importante para a formação da cidadania", explicou a coordenadora nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidade e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade), Valdirene Silva de Assis.

Serão abordados os seguintes temas: gênero e desigualdades; participação social e ativismo; políticas públicas para a população trans; inclusão social, empregabilidade e empreendedorismo; enfrentamento a todas as formas de discriminação; treinamento em mídia e corpo e autocuidado entre ativistas.

A formação segue até 3 de agosto, com a cerimônia de formatura. Serão entregues certificados aos participantes que comparecerem a, pelo menos, 75% dos encontros e completarem as atividades propostas.  "A iniciativa é importante para reivindicar direitos e consolidar uma bandeira de luta para essa parcela da população", destacou a vice-coordenadora nacional de Coordigualdade, Sofia Vilela. 

Seleção

O candidato deveria apresentar um texto, de até 5 mil caracteres, ou vídeo, de no máximo 2 minutos, abordando o porquê de participar da 2ª Trans-Formação do DF e Entorno; o que esperar e como contribuir para o sucesso do projeto e qual a relação da pessoa com a promoção dos direitos da população LGBTI.

Apoiadores

O curso conta com o apoio da Coletiva Corpolítica, da Rede Trans Brasil, da Associação do Núcleo de Apoio e Valorização à Vida de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Distrito Federal e Entorno (Anv Trans/Antra, do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT), a União Libertária de Travestis e Mulheres Transexuais (Ultra) e do Governo do Distrito Federal.

Números

Segundo dados de organizações da sociedade civil, no Brasil, uma pessoa é assassinada a cada 27 horas por conta de sua orientação sexual ou identidade de gênero. O país ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de países que mais matam travestis, transexuais e pessoas trans (TGEU,2016). Enquanto a expectativa de vida do brasileiro é, em média, de 75 anos (IBGE), a de uma pessoa trans não passa dos 35 (CIDH, 2015).

Discriminação

Devido ao preconceito e a baixa escolaridade, grande parte dessas pessoas não consegue uma oportunidade no mercado de trabalho. E, mesmo as graduadas e aptas a exercerem uma profissão de alto desempenho, por vezes são recusadas por sua identidade de gênero, o que não deixa outra opção: muitas acabam na prostituição. Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), mais de 90% deles vive unicamente da prostituição.

Livres & Iguais

A campanha, lançada em abril de 2014, engaja milhões de pessoas em todo o mundo em conversas que ajudam a promover o tratamento justo para pessoas (LGBTI) e a gerar apoio a medidas para proteger os seus direitos. É uma iniciativa global e sem precedentes das Nações Unidas pela igualdade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, pessoas trans e intersexo (LGBTI). 

Fonte: Ascom PGT

 

 

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