Livro que te quero livre!

Iniciativa inédita amplia acesso à leitura a trabalhadores

“Escolha um livro, leve-o para onde quiser, durante o tempo necessário”. É este o espírito do projeto “Livro que te quero livre”, criado pela bibliotecária Ana Maria Almeida. O conceito de biblioteca livre – quando o empréstimo dispensa controles e prazos para devolução – já tem adeptos em várias partes do mundo. Porém a iniciativa é inédita no Brasil por ter foco no trabalhador terceirizado. “O objetivo é facilitar e oportunizar o acesso à leitura a esses profissionais, embora o acervo esteja também disponível para servidores”. O nome do projeto foi inspirado no verso “Verde que te quiero verde”, do espanhol Frederico Garcia Lorca.

O empréstimo é de forma prática e ágil. O usuário tem toda liberdade de levar quantos livros quiser. “Cada exemplar aqui tem uma energia muito boa. Muitos servidores contribuíram com doações e outros já estão empolgados para ampliar o acervo”, comemora Ana Maria. A ideia surgiu há mais de dez anos, quando a bibliotecária fez especialização em Marketing Estratégico em Unidades de Informação e Responsabilidade Social. “Agora, com a estrutura da nova sede, foi possível realizar o projeto”, detalha. “Por diversas razões, o trabalhador terceirizado não tem acesso à leitura. Muitos, inclusive, se sentem pouco à vontade de solicitar um empréstimo”, observa. “Daí a importância dessa iniciativa, não só para os trabalhadores, mas também para os familiares.

Para o procurador-chefe no MPT-CE, Francisco José Parente Vasconcelos Júnior, “o maior legado que deixamos para os filhos é a cultura, aquilo que ensinamos para eles. E isso ninguém pode tirar”, enfatiza. “Todo projeto direcionado ao bem do trabalhador tem e terá o apoio da atual gestão”, garante. A auxiliar de serviços gerais Ana Paula Xavier foi uma das primeiras a retirar um título para compartilhar com o neto de nove anos. “Vou dizer a ele que a gente tem que dividir o tempo: um pouco com celular, mas outro tanto com leitura”, antecipa. “Ele gosta de ler pra mim, então eu aproveito”, comenta entre risos.  

Para diretora regional Dioneia Arcoverde, a leitura é essencial na formação do ser social. “A leitura faz com que a pessoa melhore o português e principalmente a desenvoltura ao falar”, explica. Auxiliar de serviços gerais, Pedro Leonardo considera importante a iniciativa e apoia o projeto. “Tenho costume de pegar livros, mas sei que a maioria dos meus colegas não tem. Acredito que essa iniciativa pode melhorar o costume de ler por prazer”.

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