Fortaleza ocupa 13ª posição entre municípios com mais acidentes de trabalho, no país

Fortaleza registrou 26.319 Comunicações de Acidente de Trabalho (CAT’s) entre 2012 e 2017, o que corresponde a 50% do total de ocorrências de todo o Ceará, no período. A capital ocupa hoje a 13ª posição entre os 5416 municípios brasileiros listados no ranking do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, ferramenta alimentada automaticamente por meio de cruzamento de dados públicos.

Entre as vítimas, 134 pessoas tinham idade inferior a 18 anos e 31 morreram. Mais de 40% dos trabalhadores sofreram ferimentos como fraturas, lacerações e cortes. Só ano passado, foram comunicados 4548 acidentes, média de um novo registro a cada duas horas. Atendimento hospitalar, comércio varejista (principalmente do ramo alimentício, como supermercados) e serviços de correio estão entre as atividades que mais concentram acidentes, na capital.

Depois da capital, o município que mais concentrou acidentes de trabalho em 2017 foi Maracanaú, com 609 registros, principalmente na indústria (fabricação de eletrodomésticos, alimentos, bebidas e tecidos). Em seguida vêm Sobral (509), Caucaia (338), Horizonte (306), Juazeiro do Norte (271), Eusébio (257) e São Gonçalo do Amarante (153).

Entre os casos de afastamento das atividades com benefício previdenciário, de 2012 a 2017, 58,5% foram motivados por acidentes e outros 40,4%, por doenças (19.820). Quase 70% dos trabalhadores afastados no Ceará, no período, eram do sexo masculino. No ranking nacional, os estados de São Paulo (37%), Minas Gerais (10%) e Rio de Janeiro (8%) lideram as Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs). O Ceará aparece na 12ª posição, com 52.619 comunicações de acidentes.

Acidentes Fatais

De 2012 até 2017, cerca de 15 mil trabalhadores não voltaram para casa, no Brasil, entrando para a estatística de vítimas de acidentes de trabalho fatais. No mesmo período, foram quase 4 milhões de acidentes e doenças do trabalho, gerando um gasto maior que R$ 26 bilhões somente com despesas previdenciárias e 315 milhões de dias de trabalho perdidos. Os dados foram apresentados esta semana, em Brasília, procurador-geral do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ronaldo Fleury.

Os profissionais que atuam no atendimento hospitalar são os que mais sofrem acidentes (10% dos casos), em especial aqueles que trabalham na enfermagem e na limpeza. As principais ocupações atingidas são: alimentadores de linha de produção, técnico de Enfermagem, faxineiro servente de obras e motoristas de caminhão.

Observatório

O Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho reúne dados da Previdência Social, obtidos mediante acordo de compartilhamento com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o Ministério da Previdência Social (atualmente Ministério da Fazenda). A ferramenta permite ao próprio governo elaborar políticas públicas mais dirigidas e eficazes na área da saúde e da segurança do trabalho. “Um país que esconde a sua realidade é um país fadado ao fracasso. Precisamos reconhecer nossas fragilidades para termos melhores condições de trabalho em um meio ambiente mais seguro para todos”, destacou o PGT. 

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